sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Conselho aos que querem mudar de igreja.

Um náufrago foi encontrado dez anos depois em uma pequena ilha. Quando o capitão do navio de resgate chegou lá notou que havia três cabanas de bambu cobertas com folhas de coqueiro. "Por que três cabanas? Você não ficou aqui sozinho por dez anos?", perguntou o capitão. "Sim, fiquei", respondeu o náufrago. E completou: "Aquela primeira cabana é a minha casa e aquela segunda é a minha igreja". "E o que é aquela terceira cabana ali adiante?", insistiu o capitão. O magro e barbudo homem, com olhar de desprezo respondeu: "É a minha ex-igreja"

Pois é, essa pequena e engraçada história nos faz pensar na enorme quantidade de pessoas que trocam de igreja como se estivessem trocando de roupa. Assusta-me o fato de que inúmeros cristãos mudem de igreja com tanta facilidade. Talvez isso se deva ao pluralismo eclesiástico de nosso tempo, onde se é possível encontrar uma variedade enorme de igrejas que anunciam o evangelho de Cristo segundo o gosto do freguês. Isto se vê nitidamente nas pregações temáticas com palestras para empresários, endividados, adoecidos na alma, escravizados e etc.

Infelizmente Já vi casos de irmãos que com menos de 05 anos de caminhada cristã já passaram pelo menos por cinco igrejas. O interessante é que boa parte destes crentes migradores, ao chegarem a sua nova comunidade o fazem cheios de murmurações e reclamações quanto às comunidades passadas. No entanto, bastam alguns poucos meses de relacionamento com seus novos irmãos, para descobrirem de que essa igreja não é tão ungida quanto se pensava, e que a igreja do lado tem mais propostas a oferecer do que todas as outras que já passou.

Os que se comportam desta forma justificam suas saídas para uma nova igreja usando desculpas das mais estapafúrdias possíveis. Para estes, o problema é sempre dos outros, além obviamente de justificar seu afastamento afirmando que o pastor é fraco, que a palavra não é ungida, que o louvor não tem poder e que os crentes são falsos e cheios de pecados.

Caro leitor, vamos combinar uma coisa? Ainda que saibamos que algumas migrações eclesiásticas são absolutamente legitimas, temos que convir que boa parte destas não possuem o menor fundamento. O fato é que por vivermos em um tempo onde as relações são ralas e superficiais, as pessoas preferem voar como pássaros de igreja em igreja evitando relacionamentos mais íntimos e profundos do que serem confrontadas em seu modo errado de viver.

Isto posto, resolvi escrever algumas dicas àqueles que pensam em mudar de igreja:

1) Ore.
2) Analise os seus reais motivos. O que será que está motivando a querer mudar de igreja?
3) Cuidado com as suas emoções. Não é porque você se aborreceu com alguém que deve mudar de igreja. Aborrecimentos acontecerão em qualquer Comunidade cristã.
4) Avalie doutrinariamente a igreja que faz parte e a igreja que pretende ir. Lembre-se que igrejas saudáveis possuem um púlpito saudável.
5) A igreja que faz parte possui um governo despótico ditadorial onde o pastor é o ungido do Senhor e não pode ser questionado em absolutamente nada?
6) De que forma a igreja que faz parte lida com o dinheiro?
7) O que você espera de uma igreja? A pregação de todo Conselho de Deus, que lhe confronte ajudando-o a crescer como cristão, ou a ministração de mensagens temáticas que lhe satisfaçam os desejos de uma vida próspera e abençoada?
8) A igreja que você é membro prega "novas" revelações doutrinárias?
9) Se o motivo for razões doutrinárias, esses motivos são realmente importantes?
10) Você se sente tolhido e vítima de abuso espiritual?
11) Converse com seu pastor abertamente sobre o seu desejo e peça conselhos.
12) Ouça pessoas mais maduras e permita o benefício da dúvida.
13) Não seja precipitado. Lembre-se que a precipitação pode levá-lo a experimentar consequências desagradabilissimas.

Pense nisso!

Renato Vargens

domingo, 19 de setembro de 2010


Se o custo do discipulado é alto, já imaginou o custo do não-discipulado?

Em 1937, o teólogo alemão Dietrich Bonhoeffer publicou seu famoso livro “O Custo do Discipulado”. Uma exposição do Sermão do Monte, na qual ele comenta o que significa seguir a Cristo. O contexto era a Alemanha no início do nazismo. Sua preocupação era combater o que ele chamou de “graça barata”, essa graça que oferece perdão sem arrependimento, comunhão sem confissão, discipulado sem cruz. Uma graça que não implica obediência e submissão a Cristo. Seu compromisso com Cristo e sua cruz o levou a morte prematura em abril de 1945.

“O Custo do Discipulado” é um livro que precisa ser lido pelos cristãos brasileiros do século 21, com sua fé secularizada, sua moral relativizada, sua ética minimalista e sua espiritualidade privada e narcisista. A “graça barata” tem nos levado a conceber um cristianismo medíocre e uma espiritualidade que não expressa a nobreza do reino de Deus.

A fé cristã não é o produto de uma subcultura religiosa. Também não é apenas um conjunto de dogmas e doutrinas que afirmamos crer. É , antes de tudo, um chamado de Cristo para segui-lo. Um chamado para tomar, cada um, a sua cruz de renúncia ao pecado e obediência sincera a tudo quanto Cristo nos ensinou e ordenou.

Muitos olham para este chamado e reconhecem que o preço para seguir a Cristo é muito alto. Esta foi a preocupação de Bonhoeffer. De fato é. Amar os inimigos, abençoar os que nos rejeitam, orar por todos os que nos perseguem, sem dúvida é muito difícil. Perdoar os que nos ofendem, resistir as tentações, buscar antes de qualquer outra coisa o reino de Deus e sua justiça e fazer a vontade de Deus aqui na terra como ela é feita nos céus, não é fácil. Resistir aos impulsos consumistas numa cultura hedonista, preservar uma conduta moral e ética elevada em meio a tanta corrupção e promiscuidade definitivamente tem um preço muito elevado. Porém, precisamos ver tudo isto por outro ângulo.

Se o custo do discipulado é alto, já imaginou o custo do não-discipulado? Se amar o inimigo é difícil, tente odiá-lo! Se honrar pai e mãe é custoso, pense na possibilidade de não fazê-lo! Se viver em obediência a Cristo, renunciando o pecado, exige muito, procure ignorar isto!

Vivemos hoje uma sociedade enferma. O número de divórcios aumenta cada dia. O número de filhos que desconhecem o pai é alarmante. As doenças de fundo emocional multiplicam-se. A violência cresce. A corrupção parece não ter fim. Os transtornos psíquicos na infância assustam os especialistas. A raiz da enfermidade pessoal e social, em grande parte, é o não-discipulado. Não considerar os mandamentos de Cristo, seu magnífico ensino no Sermão do Monte, seu chamado para a renúncia ao pecado e a necessidade de diariamente tomar a cruz da obediência para segui-lo tem um custo incalculavelmente maior.

Jesus nos conta a parábola de um homem que descobriu um grande tesouro que estava escondido em um campo. Com muita alegria, tomou tudo o que tinha, vendeu e, com o dinheiro, comprou o campo e com ele seu tesouro. Desfazer de tudo o que tinha foi uma decisão fácil tendo em vista o tesouro que iria adquirir. Só iremos compreender a importância da contrição e do arrependimento, da confissão e da renúncia ao pecado, da obediência aos mandamentos e do valor da cruz se tivermos consciência da riqueza que nos espera.

Pagamos um alto preço pela “graça barata”. Nossas famílias sofrem por causa dela. Nossos filhos encontram-se confusos e perdidos. A nação afunda-se na lama da corrupção, da violência e da promiscuidade. Nossas igrejas transformaram-se em centros de entretenimento religioso, com um comércio de falsas promessas em troca de um evangelho sem cruz e de um reino onde cada um é seu próprio rei.

O chamado de Cristo para sermos seus discípulos, com seu “alto custo”, é o único caminho possível para a liberdade. A única opção para a verdadeira humanidade. A única esperança para nossa sociedade enferma. Se seguir a Cristo exige muito, lembre que não segui-lo vai lhe custar muito mais.

- Texto de Ricardo Barbosa de Sousa, pastor da Igreja Presbiteriana do Planalto e coordenador do Centro Cristão de Estudos, em Brasília. É autor de “Janelas para a Vida” e “O Caminho do Coração”.


Fonte: Revista Ultimato edição 320 (Li no PCAmaral, gostei e republiquei aqui).

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Norte-americanos decifram língua extinta com novo programa de computador

No livro Lost Languages, de 2002, o então editor do suplemento de educação superior do jornal inglês The Times, Andrew Robinson, afirmou que o trabalho arqueológico de decifrar línguas extintas exige uma mistura de lógica e intuição que os computadores são incapazes de possuir. Pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts e da Universidade do Sul da Califórnia, nos Estados Unidos, tentam mostrar que Robinson estava errado.

Em estudo que será apresentado esta semana na reunião anual da Associação para Linguística Computacional, em Uppsala, na Suécia, o grupo apresentará um novo programa de computador que foi capaz de decifrar grande parte do extinto idioma ugarítico, descoberto a partir de escritos encontrados na cidade perdida de Ugarit, na Síria, cujas ruínas foram encontradas em 1928.

O ugarítico era uma língua semítica escrita em alfabeto cuneiforme com 27 consoantes e três vogais. Os escritos encontrados foram importantes para estudiosos do Velho Testamento, por auxiliar a clarificar textos hebraicos e revelar como o judaísmo utilizava frases comuns, expressões literárias e frases empregadas pelas culturas gentis que o cercavam.

O sistema, além de ajudar a decifrar línguas antigas que continuam a resistir aos esforços de especialistas, poderá expandir o número de idiomas que sistemas automatizados de tradução, como o Google Tradutor, são capazes de manejar.

Método

Para simular a intuição que falta aos computadores, Regina Barzilay, do Laboratório de Inteligência Artificial e Ciência da Computação do MIT, e colegas fizeram várias proposições. A primeira é que a língua a ser decifrada pelo computador estaria próxima de outra. Para isso, foi escolhido o hebraico.

Outra asserção é que haveria um modo sistemático de mapear o alfabeto de uma língua com relação ao alfabeto de outra, e que os símbolos relacionados deveriam ocorrer com frequências semelhantes nas duas línguas. O sistema também fez asserções no nível semântico, no sentido de que as línguas relacionadas teriam pelo menos alguns cognatos, isto é, palavras com raízes em comum.

Por meio de um modelo probabilístico usado em pesquisas em inteligência artificial, os pesquisadores determinaram nos mapeamentos os radicais semelhantes e conjuntos de sufixos e prefixos consistentes, entre outras relações entre as palavras das duas línguas.

O ugarítico já havia sido decifrado. Se não tivesse sido, os autores do estudo não teriam como avaliar a performance do sistema que desenvolveram. “O sistema repetiu as análises dos dados resultantes centenas de vezes. E, a cada vez, os acertos eram mais frequentes, pois estávamos chegando mais perto de uma solução consistente. Finalmente, chegamos a um ponto no qual a alteração do mapeamento das similaridades não aumentava mais a consistência dos resultados”, disse outro autor do estudo, Ben Snyder, também do MIT.

Das 30 letras do alfabeto extinto, o sistema foi capaz de mapear corretamente 29 com seus correspondentes em hebraico. Cerca de um terço das palavras em ugarítico tem cognato em hebraico e, desse total, o sistema identificou corretamente 60%. “Das palavras identificadas incorretamente, na maior parte das vezes o erro foi por apenas uma palavra. Ou seja, o sistema deu palpites bem razoáveis”, disse Snyder.

Apesar dos índices de acerto, os pesquisadores destacam que o sistema não é suficientemente bem resolvido para substituir os tradutores humanos. Mas, segundo eles, é uma ferramenta poderosa cujo desenvolvimento poderá ajudar no processo de decifrar línguas desconhecidas e de traduzir outras existentes mais eficientemente.

sexta-feira, 30 de julho de 2010



MANDA QUEM QUER, OBEDECE QUEM NÃO TEM DICERNIMENTO BÍBLICO

Lembro-me quando pela primeira vez entrei em uma comunidade neopentecostal para freqüentá-la. O primeiro livro recomendado para ler foi: “Autoridade Espiritual” de Watchman Nee – Nee era um servo de Deus, mas exagerou em alguns pontos bíblicos. Ele chegou a dizer que se você desobedecesse ao líder espiritual é como desobedecer ao próprio Deus! - Isso coloca o líder em um pedestal que ele não está. Na ocasião, não suspeitei que estava sendo “doutrinado” como um soldadinho de chumbo. Achei que era certo obedecer ao líder religioso cegamente. Qualquer questionamento, mesmo bíblico, seria considerado rebeldia. Até para casar ou ir ao banheiro, você deveria prestar contas ao líder-Pastor, Discipulador, Bispo, Apóstolo e etc. Você ouvia a ameaça: “Se você não concorda com a visão a porta está aberta!”.

Como resultado desse ensino, o que observei acontecer foi o aparecimento de aberrações anti-bíblicas e extra-bíblicas:

• Cobertura espiritual (Nossa cobertura é Cristo);
• Infantilização das pessoas (A pessoa não é ela mesma);
• Clonagem e despersonalização (Todo mundo fala e veste igual ao líder);
• Autoritarismo (Arrogância, Tirania e Abuso espiritual);
• Mau uso e distorção bíblica (versículos fora de contexto sem considerar o todo);
• Aparecimento das figuras totêmicas (O líder sagrado e num pedestal);
• Por fim, muitas pessoas feridas e decepcionadas.

Toda autoridade legítima vem de Deus. Façamos a pergunta óbvia: “Como Deus usa Sua autoridade e poder?” ou melhor “Como o Deus feito carne – Jesus – usou sua autoridade?” “Como ele recomendou que nós fizéssemos? Como ele a exerceu? Encontramos Jesus fazendo abuso dela? Ele esmagou os discípulos? Afora uma repreensão ocasional e severa, ele os tratou com ternura, respeito e deixou que eles fossem eles mesmos sem violar a personalidade deles. Jesus até perguntou aos discípulos:”Mas vós, quem dizeis que eu sou?”(Mat.16:15).Qual o líder que tem coragem de perguntar aos subordinados:”Qual a opinião que vocês têm a meu respeito?”

Jesus demonstrou sua autoridade humildemente assumindo o papel de servo. “...Então, Jesus, chamando-os, disse: Sabeis que os governadores dos povos os dominam e que os maiorais exercem autoridade sobre eles. NÃO É ASSIM ENTRE VÓS; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva...”(Mateus.20:25-28.v.t.Romanos.13)

Paulo mostra em Gálatas.2:11-21 que a VERDADE desconsidera cargo, posição ou título na igreja de Cristo. Paulo confrontou Pedro na cara! Pedro estava agindo com hipocrisia e dissimulação para com a verdade do evangelho. Assim também nós, como bereianos, devemos confrontar todo desvio da verdade que ocorra no meio cristão, sendo biblicamente corretos, não politicamente corretos. Os líderes da igreja estão sob a autoridade de Jesus – o Supremo Pastor – e da Escritura. Sua autoridade delegada não deve jamais ser por coerção, domínio ou manipulação da verdade bíblica(I Pedro.5:1-4).

Leia Mais em: http://www.genizahvirtual.com/2010/07/manda-quem-quer-obedece-quem-nao-tem.html#ixzz0vAzcXBf8

sexta-feira, 11 de junho de 2010

PORQUE NÓS CRISTÃOS ODIAMOS A POLITICA?

Ó cristão safado e preguiçoso, rápido e disposto a consumir porcarias que de nada edificam. Você seria capaz de explicar por que a preguiça de pensar tomou por completo sua vida? Tenha um pouco de paciência e reflita.

Minha reflexão se iniciou quando…

…procurado por dois amigos em fase de decisão sobre suas candidaturas nas próximas eleições, fui inquirido sobre qual minha opinião a respeito. Confesso que já gastei muito tempo de minha vida revendo convicções a respeito do envolvimento de cristãos na política e, naquele momento, eu só pude dizer que meu desejo era realmente que houvessem candidatos em quem eu acreditasse.

Apenas quero ACREDITAR de verdade.

O problema desta apatia generalizada que tomou conta de nossa geração, é que um alto preço será pago num futuro nem tão distante assim. Tudo continuará ruim e, por omissão, somos tão culpados quanto cada corrupto no poder deste país.

A questão é analisarmos se de fato é necessário que um cristão se candidate a um cargo público. A experiência nos diz que militantes evangélicos geralmente são os piores. Então como transformar a história de uma cidade/estado/país sem estar diretamente à frente do poder?

No auge da perseguição ao cristianismo dentro do Império Romano, surgiu uma máxima que pode nos guiar para um caminho excelente e desafiador. Diziam que “o pensamento cristão é mais poderoso do que Roma“. Infelizmente esta frase não pode ser utilizada nos dias de hoje.

Creio que não faz diferença se o vereador eleito é um satanista, macumbeiro, ateu ou um pastor. Todos são pessoas da mesma laia. Pecadores e incapazes de buscar naturalmente o que é JUSTO. Porém, creio também em duas forças que, aplicadas em conjunto, quase que inevitavelmente proporcionam sucesso na proposta de transformar politicamente determinada região.

A primeira força é a oração. Mas não irei gastar meu tempo explicando como isto se dá e os “porquês”. Levante seu traseiro fétido da cadeira e procure na bíblia. Vai encontrar muitas explicações claras a respeito disto.

A segunda força é a influência. Não a que os evangélicos tem obtido às custas de formação de currais eleitorais, ou da terceirização de funções públicas em troca de dinheiro; mas através da influência moral individual que cada cristão DEVERIA exercer.

O político satanista ou ateu deveria, em tese, temer. Deveria, independente de suas crenças individuais, nutrir o temor que o Império Romano sentiu pelo pensamento cristão. Deveria ter respeito pelos mártires cristãos de nossa geração; e por todos os que, independente de governo, crise ou qualquer outra coisa, continuam a viver intensamente um evangelho unanimemente reconhecido como genuíno.

E nós, deveríamos dar o exemplo. Sendo aqueles que, renunciando ao lado sujo da política (tão visível em nossos denominacionalismos), começássemos a busca incessante pela justiça; não mais reclamando da má administração dos impostos, mas revelando que somos capazes de empreender com o que nos resta… e até com a nossa própria vida se necessário.

Deixemos Roma cuidar do que lhe é próprio; enquanto nós continuaremos a gastar nossa vida exclusivamente com o que é imp0rtante: pessoas.

A política é o reflexo do povo.
Porém, a política também é o reflexo da omissão da Igreja em todos os níveis.
Quando nós fizermos nossa parte, toda a sociedade será transformada.

Inclusive a política.

Ariovaldo Ramos

sábado, 5 de junho de 2010

Marcha soldado cabeça de papel...

Acontece mais uma edição do megaevento conhecido como “Marcha pra Jesus”. Milhões de pessoas saem às ruas e avenidas da maior cidade da América Latina para… para o quê mesmo? Ah sim… para dar uma demonstração da força do povo evangélico.

Entre trios elétricos e gritos de guerra, lá vai o rebanho, já devidamente tosqueado, como aqueles soldadinhos da propaganda das baterias duracell.

Eu estava aqui nos EUA em 1991, quando li pela primeira vez uma matéria sobre a “March For Jesus” realizada nas ruas de Londres. Não havia trio elétrico, nem palanque com políticos ávidos por votos. Eram apenas cristãos com violões e outros instrumentos acústicos, dando testemunho de sua fé. Confesso que me identifiquei imediatamente. Parecia coisa de hippie. rs

Mas quem diria que quando o movimento fosse exportado para o Brasil, alcançaria o status de mega? Para rivalizar com ele, somente o Dia da Decisão da IURD e a Parada Gay.

Estou curioso pra saber quem vai subir ao palanque. Será Dilma ou Serra? E quanto ao candidato ao governo do Estado de SP? Quem será o “ungido do Senhor” da vez? Quem será o novo “José do Egito”?

Enquanto políticos desfilam nos palanques e trios, os soldadinhos de Gezuis balançam a cabeça, consentindo com esta vergonha.

Alguns cristãos conscientes e subversivos resolveram promover manifestos silenciosos durante a marcha. Preocupo-me com sua integridade física. No mínimo, serão desmoralizados por quem estiver em posse do microfone. Serão chamados de endemoninhados, hereges, filhos do capeta, e afins. Espero que logrem despertar a consciência de alguns.

Nossa igreja preferiu tomar outro caminho. Em vez de comparecer à marcha, seja em apoio ou em protesto, decidimos promover uma marcha particular. Sem estardalhaço, discretamente, nosso povo foi convidado a comparecer na Hemorio para participar de nossa campanha de doação de sangue (Dia dos Braços Estendidos). Não são muitas as pessoas que comparecem. Em uma das edições, chegamos a levar cerca de 100 pessoas. Já imaginou se aquelas ‘milhões’ de pessoas que marcham pelas ruas das metrópoles brasileiras, resolvessem estender os braços para doar sangue? A Hemorio teria estoque para muitos anos. E se fossem mobilizadas para socorrer as vítimas da injustiça social? Que estrago não fariam! Se o tema dessa “marcha” fosse a ética, contra a corrupção na política, ou mesmo em favor da justiça? Quantos compareceriam?

Pelo jeito, o que atrai realmente as pessoas é o oba-oba. Elas vão para assistir aos astros da música gospel, ou simplesmente para estravasar.

Não vejo qualquer problema com a marcha em si. O que me incomoda é a motivação dos organizadores, e a motivação de quem participa. Se em vez de terem “cabeça de papel”, os soldados que lá marchassem demonstrassem ter cabeça pensante, tudo seria diferente.

P.S.:

O site da igreja que promove o evento publicou a seguinte reportagem acerca do início da marcha de hoje:

O trio elétrico com o Apóstolo Estevam Hernandes e Bispa Sônia parou sobre o Rio Tietê para mais um momento de oração. “Vamos orar sobre estas águas para que Deus acabe com a miséria desta cidade e mude a história desta nação. Vamos profetizar e denunciar todo o vício e a miséria”, declarou o apóstolo. Durante a oração, ele lembrou que Jesus foi levantado para destruir as obras do diabo. Ele orou: “Tú és o Senhor de toda a bênção e dos milagres. Declaramos que depois dessa marcha, este país não será mais o mesmo. Que este poder e unção entre em cada casa e que esta terra, o Brasil, seja bendito! A Ti, Jesus, seja a glória, o poder, o domínio e a majestade. Amém!”

Finalmente! Agora tudo vai mudar! O rio Tietê ficou limpo de um minuto para o outro, representando a transformação que o Brasil vai experimentar de hoje para amanhã. Só mesmo tendo cabeça de papel para acreditar nisso. O que vai mudar o Brasil não são palavras proféticas como essa, mas o trabalho honesto e perseverante de gente disposta a fazer a diferença em sua própria esfera de atuação.

Entre tietes e tietês, parece que a igreja brasileira se perdeu no meio de sua marcha histórica.

Geniza / Hermes C. Fernandes

segunda-feira, 31 de maio de 2010

RELIGIOSIDADE INSTITUCIONAL

João 16.1-3:Tenho-vos dito estas coisas para que não vos escandalizeis. Eles vos expulsarão das sinagogas; mas vem a hora em que todo o que vos matar julgará com isso tributar culto a Deus. Isto farão porque não conhecem o Pai, nem a mim.


Antes de entrar mais profundamente no texto é preciso entender que os princípios nele colocados são de aplicação universal. Entre os atributos alistados o Espírito Santo é mostrado como consolador, como o que convence do pecado, da justiça e do juízo e como aquele que nos guia a toda a verdade. Vantagens que não estão restritas aos primeiros discípulos. Somos igualmente beneficiados com estas atividades.Dentro do mesmo contexto Jesus fala que seriam expulsos das sinagogas, o que também se aplica aos que são consolados, convencidos e guiados pelo Consolador.
A sinagoga era a cara com a qual a estrutura religiosa da época se apresentava, que hoje se apresenta com outras caras. A mensagem de Cristo não combinava com rostos fabricados com maquiagem religiosa tão óbvia. Sabemos, no entanto, que apesar do descaramento com que os disfarces eram apresentados, a maioria das pessoas acreditavam que era assim mesmo. Um jeito para o exterior do copo e outro para o interior.
Não faltavam rituais, sacrifícios, orações, leituras da Torá, cânticos e indumentárias religiosas. Um palco armado para atrair novos mantenedores.Você já ouviu esta história antes? Ou melhor, depois e agora? Uma instituição que sobrevive das aparências só consegue ibope cultivando auditórios lotados por pessoas com pouco conhecimento bíblico. Sem conhecimento não há discernimento. Talvez seja por isto que as suas pregações sejam tão ralas e girem sempre ao redor dos mesmos temas. O que podemos constatar hoje é que as expressões de religiosidade estão cada vez mais corporativas. São, todas elas, enfeitadas por características exclusivas de suas denominações. Idiomas, gestos, posturas, modo de se cumprimentar, etc.
Eu já fui expulso de algumas comunidades do Orkut por falar coisas deste tipo. Isto equivaleria a dizer que a denominação que me sustenta exige que eu me expresse dentro de suas cartilhas, costumes e credos que a caracterizam. Todos querem ter uma marca, um procedimento padrão, uma forma de visibilidade característica, um franchaiser.
Isto me faz lembrar daquela brincadeira de criança onde todos seguiam um líder, e só permanecia no grupo aqueles que conseguiam imitá-lo. "Tudo o que o mestre mandar, faremos todos".Posso ver na Bíblia profetas sendo ameaçados, desprezados, expulsos, castigados e até mesmo assassinados só porque não gostavam desta brincadeira. Se você não quiser vestir esta camisa de força, pode esperar o mesmo tipo de rejeição que Jesus teve da parte dos religiosos da época. Este tipo de cristão é uma ameaça para as grandes corporações religiosas contemporâneas.

Quem não está dentro do sistema não é apoiado por ele. Portanto, não se espante, se alguém se sentir ofendido com a sua santidade não corporativa.


Ubirajara Crespo

quinta-feira, 27 de maio de 2010


LIBERTAS QUAE SERA TAMEN

Em 1520, o ex-monge agostiniano Martinho Lutero queimou em praça pública, em ato simbólico, a bula papal que o excomungava da Igreja Católica Romana. Esta ação de Lutero tem um significado muito importante para a igreja em todas as épocas. Antes de tudo, significa que a consciência de todos os cristãos não está cativa a instituições terrenas, nem a suas autoridades, mesmo que se proclamem os donos da verdade e sustentem que seus atos são feitos em nome de Deus, em nome de Jesus, ou na autoridade do Espírito Santo. Isto quer dizer que, individualmente, todo cristão sincero e comprometido com os valores e propósitos do reino de Deus é um sacerdote e profeta na Casa de Deus, conclusão derivada de um dos fundamentos doutrinários da Reforma – o sacerdócio universal dos crentes.

O sacerdócio universal dos crentes foi uma doutrina que Lutero e os demais Reformadores nos legaram, mas que sempre esteve implícita em toda a Escritura Sagrada e mais explícita ainda no Novo Testamento. Porém, a igreja medieval a obscurecia sob o manto das autoridades episcopais e de sua hierarquia sacerdotal. Os bispos e seus concílios se achavam acima do bem e do mal, inquestionáveis sob todos os ângulos. Os motivos da excomunhão de Lutero foram suas ousadas publicações e suas conseqüências naturais. Começou com as 95 teses contra a venda das indulgências e prosseguiu com diversos livros que conclamavam o povo cristão a se submeter somente à autoridade das Escrituras. Se Lutero não tivesse a consciência de profeta e fosse primeiro pedir licença a seus superiores hierárquicos para publicar suas obras, não seria ele o grande pivô da revolução que a História denominou de Reforma.

Por isso, todo o povo de Deus pode ser profeta. Uma das funções principais do profeta é denunciar o erro, o pecado, sem pedir licença a ninguém, mesmo se os transgressores sejam os que usam como escudo seus ofícios eclesiásticos e pomposos títulos de “ungidos do Senhor”, como se só eles o fossem. Infelizmente no meio evangélico essa tal síndrome de “ungidos do Senhor” em exclusividade vem tomando corpo por grande influência do pentecostalismo e seus afluentes. Mas nenhum cristão pode perder a visão de estar sempre alerta contra desmandos e negligências de lideranças frequentemente apenas preocupadas com a manutenção de suas vaidades, inclusive e principalmente as vaidades espirituais alimentadas pela síndrome dos “ungidos do Senhor”.

terça-feira, 25 de maio de 2010


O PASTOR ME PROIBIU DE NAMORAR!

Volta e meia recebo emails de adolescentes e jovens que compartilham que os seus pastores os proibiram de namorar. Sei de casos em que o pastor é quem escolhe com quem o rapaz ou a moça devem se relacionar em namoro. Há pouco fiquei sabendo de uma igreja cuja regra estabelecida pelo pastor é que só se pode namorar depois dos 23 anos de idade, antes disso não, e quem desobedecer a determinação pastoral comete rebeldia tornando-se passível de punição.

Caro leitor, vamos combinar uma coisa? Alguns pastores definitivamente se sentem donos do rebanho. Determinar com quem o jovem vai namorar ou quando isso deve acontecer é no mínimo despótico e arbitrário.

Como já escrevi anteriormente, não sou contra as relações de namoro que um jovem possa desenvolver com uma moça. Antes pelo contrário, acredito que relações afetivas entre um rapaz e sua namorada contribuem significativamente para o desenvolvimento de uma auto-estima saudável. Sou contra sim a banalização das relações, sou contra as “ficações” que contribuem para o adoecimento da alma de nossos adolescentes, sou contra o beijar por beijar! Agora, daí proibir o namoro ou estebelecer que os jovens só podem namorar depois de determinada idade há uma grande e substancial diferença.

Lamentávelmente a questão é que boa parte dos pastores não conseguem lidar muito bem com o equilibrio e liberdade que Cristo nos outorgou, mesmo porque, para eles a proibição é o melhor meio de se precaver de problemas futuros.

Prezado amigo, diferentemente dos que se consideram donos do rebanho, acredito que proibir não é o melhor caminho no processo de edificação e consolidação na vida espiritual dos nossos jovens. Na verdade, o que eles mais precisam é de discipulado e aconselhamento cristão cuja tônica principal deve ser a vontade de Deus.

Diante do exposto, afirmo que NÃO cabe ao pastor DETERMINAR sua vontade, mas sim aconselhar suas ovelhas, permitindo com que cada uma delas tome suas decisões de forma livre e consciente. Além disso, o pastor NÃO pode IMPOR sanções, ou "castigos" disciplinares àqueles que por um motivo ou outro resolveram namorar alguém cujo líder espiritual não aprovou não quis.

Pense nisso!
Pulpito Cristão
Comentário nosso:
Além de ser uma imoralidade, acabe ferindo o direito de Livre Arbítrio, que Deus nos concedeu, e que o respeita.
Durante minha caminhada cristã já vi muitos relacionamentos destruídos, por influencia de pastores e pastoras.
O pastor decide com quem, quando e como vai ser o namoro, como se ele tivesse condição de arbitrar, ou dons de clarividência, para saber os pares perfeitos.
Na verdade a velha formula institucional, que prendia, que julgava, que condenava e executava em nome de Deus está mais viva do que nunca. Só mudou de nome, o papa não chama mais papa, chama "Apostolo", e a instituição "Evangélica".

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Existe doença hoje mais ameaçadora que a gripe suína? Sim existe. O nome dela é neopentecostalismo. Estou convencido de que esse sistema é um mal sem precedentes na igreja evangélica. Você já percebeu quantas pessoas são adeptas do neopentecostalismo? Não? Basta então olhar para os templos como estão abarrotados de pessoas enganadas pelas falsas promessas e pela falsa doutrina dessas seitas.

Porque devo me abster do neopentecostalismo?

Primeiro porque ele prega um falso Jesus que não tem poder pra livrar o homem de maldições, visto que, as campanhas milagrosas que promovem são todas voltadas para retirar encostos, quebrar maldições e forçar Deus a nos dar coisas que nos deve, é nosso por direito.

Segundo, porque ele vai além da Bíblia. Ele baseia sua doutrina e prática em parte em experiências, visões, sonhos e revelações extrabíblicas.

Terceiro, as seitas neopentecostais montaram um sistema de extorsão do povo baseado em falsas promessas e curas forjadas. Uma verdadeira lavagem cerebral que faz o pobre entregar até seu último centavo em busca de redenção.

Quarto, promove a "incorporação" da liturgia afro-brasileira nas práticas cristãs. Alguns cultos neopentecostais são verdadeiros espetáculos de transe e meninice e lembram muito um terreiro de umbanda.

Quinto, age pela teologia do medo, dizendo que existem demônios territoriais e uma geopolítica infernal que controla a terra. Mantém seus fiéis presos a instituição por conta da idéia de que se saírem da cobertura espiritual do ministério serão consumidos pelo diabo.

O neopentecostalismo é uma doença, e o evangelho de Jesus é a cura! Precisamos ensinar e pregar a verdade nas nossas igrejas, instruir o povo de Deus sobre as verdades espirituais e sobre a realidade da vida.

Chega de regressões ao útero materno, liberação de perdão a Deus, Novas revelações dos 12, campanha dos 7 reais, sabonete de arruda, caminho do sal, travessia do rio Jordão e etc... O sacrifício já foi feito e o preço foi pago na cruz por Cristo, agora só nos resta agradecê-lo servindo-o e ao próximo.

Fiquem com Deus e digam não ao neopentecostalismo.
Púlpito Cristão/ Marcio de Souza

segunda-feira, 17 de maio de 2010

MATÉRIA PUBLICADA NO JORNAL DIÁRIO DA MANHÃ SOBRE:

"DENTE DE OURO"

Jornal Diário da Manhã

Goiânia, terça-feira, 1.º de dezembro de 1992



Os Dentes de Ouro





Senhor redator

Tenho acompanhado um determinado movimento no meio de algumas igrejas de Goiânia e fora daqui, especialmente Assembléia de Deus, Luz para os Povos e Comunidade Evangélica. É o caso do aparecimento dos dentes de ouro na boca de seus adeptos. Os jornais já focalizaram o assunto.

Quero afirmar que o fenômeno em primeiro lugar aconteceu na vida de Dona Guilhermina de Morais da Rocha, mãe-de-santo em Salvador, Bahia, em janeiro de 1985. O jornal A Tarde trouxe na época:"Mãe Guilhermina confessa que uma restauração em sua boca se transformou em ouro, da noite para o dia, atribuindo o milagre a Oxalá e concluiu que 3 dias depois do acontecimento, em Feira de Santana, o pai-de-santo Zé Gomide do centro 7 Caboclos, também recebeu o mesmo fenômeno com 2 dentes inteiros de ouro". O escritos baiano Sérgio Antunes de Ávila afirmou em seu livro "Fenômenos do Mundo Espiritual", à página 57, o seguinte: "Os guias espirituais advertem que não se faça divulgação do aparecimento de jaquetas, obturações e dentes de ouro, fenômeno que está se propagando em vários centros e terreiros da Bahia. Os bons espíritos afirmam que haverá uma ordem de Oxalá, o grande Maitreya de uma Nova Era, para a divulgação do fato, nas proximidades do ano 2.000 quando logo após já estaremos na Era de Aquários. Até lá várias pessoas serão agraciadas com o fenômeno, de maneira especial indivíduos voltados para a espiritualidade, que anseiam por merecedores de dons e milagres do divino. Fiéis de várias religiões serão agraciados com o especial mistério. É a preparação para o reinado do Grande Ser, que dominará o mundo com uma só religião. É o cumprimento da palavra de Jesus: E surgirá um fazendo tão grandes sinais, prodígios e maravilhas, nos fins da era" (Era de Peixes para a de Aquárius). Mas fica a advertência: Esperem a ordem de Oxalá para a sua divulgação, perto do ano 2000, com a chegada do Homem Forte, o Grande Maytreia". O livro de Sérgio Ávila foi editado em 1987.
[Maitreya: é o Messias da Nova Era. Este movimento publicou, em 25/04/82, um anúncio de página inteira em jornais de grande circulação, com os seguintes dizeres: "Cristo está agora entre nós. Ele não vem para nos julgar, porém para ajudar a humanidade e para inspirá-la. Ele é Maitreya, o educador do mundo e da nova geração humana, uma pessoa para qual existem diversos nomes: o Messias dos Judeus, o quinto Buda dos Budistas, o Mahdi dos muçulmanos e o Krishna dos Hindus. Agora ele se revelará para nos conduzir a uma nova era. Sua presença nos garante que não haverá uma terceira guerra mundial"].

O fenômeno no seio daquelas igrejas que mencionei no início da carta é a continuação do plano global para a mudança do mundo. Os crentes agraciados com o Dom não devem promover a sua divulgação, aguardem a ordem para a ampla propaganda que será efetuada em todos os lugares, no momento certo. Aqui em Goiânia, temos dezenas de espiritualistas, umbandistas que receberam os dotes de ouro em suas bocas, mas aguardam as ordens superiores para a divulgação.

Muito obrigado pela publicação. Sou leitor assíduo do Diário, jornal pelo qual tenho uma apreciação singular. Parabéns.

Atenciosamente,

Firmino Salles de Lima Albuquerque - Pai-de-santo há mais de 20 anos.






Aqui termina a citação do jornal e começa o comentário:

O fenômeno do dente de ouro têm servido para dividir os crentes. Somente isto seria motivo suficiente para crer que tal fenômeno não é de Deus, pois tudo que Deus faz, Ele faz para unir o seu povo e não para dividir. De um lado há um grupo eufórico que não têm dúvida alguma que esta manifestação seja de Deus. Do outro lado há os céticos que negam a evidência do fenômeno, procurando dar uma explicação racional.

Não negamos o fenômeno, porém não afirmamos que seja sinal divino. Cremos que tal fenômeno vêm ocorrendo, porém questionamos a sua origem. É realmente uma manifestação divina? Qual seria o propósito de Deus manifestar-se dessa forma em nossos dias? Há qualquer paralelo ou base bíblica direta para esse fenômeno? Que resultado esse fenômeno provoca na pessoa que o recebe? Orgulho espiritual do tipo "sou melhor que você porque Deus me restaurou um dos vários dentes"? Pessoas que já receberam o dente de ouro estão se considerando mais espirituais do que as outras. Igrejas que acreditam no fenômeno, como manifestação divina, têm considerado aquelas que ainda não receberam o sinal, como igrejas carnais. Isto é da vontade de Deus? Porque Deus utilizaria ouro em vez de utilizar matéria prima de sua criação, o esmalte, que foi utilizado na criação dos dentes. O dente de ouro é mais perfeito do que o de esmalte? O cego de Jericó (Lc.18:35-43) teve seu olho restaurado com matéria prima original, carne, sangue, veias, nervos, ou com vidro ou fibra ótica? Jesus não criou um óculos (que é feito de vidro) para o cego, mas restaurou-lhe os olhos. Porque Deus restauraria os dentes com ouro em vez de esmalte? Quem usa ouro são os dentistas, porque não podem recriar os dentes cariados com esmalte. Isto é obra de Deus, que tudo faz perfeito. Mas estou certo de que os próprios dentistas, caso pudessem, prefeririam fazer restaurações originais, usando esmalte ao invés do ouro ou da amálgama. Muitos dentistas examinaram alguns crentes, "agraciados" com o fenômeno, e constataram tratar-se de um fato cientificamente explicável. Muitos estão utilizando um material diferente da amálgama de prata, material este que assume coloração dourada após algum tempo na boca, por causa da ionização do organismo.

Seria esta manifestação um sinal inconfundível da manifestação de Deus? Este sinal, que se diz ser divino, pode ser realizado por Satanás? Parece que sim: "...segundo a eficácia de Satanás com todo o poder e sinais e prodígios de mentira, e com todo o engano da injustiça... (II Ts.2:9,10). Pode este sinal ser realizado pelos homens? Os dentistas podem fazê-lo? Como se explicam as mesmas manifestações ocorrendo entre os adeptos de seitas heréticas?

A manifestação de Deus é inconfundível, pois tudo que Deus faz é perfeito, e tem o propósito de unificar os crentes. Para aqueles que insistem na crença deste fenômeno, convém a advertência bíblica: Rogo-vos, irmãos, que noteis os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles (Rm.16:17). O maior sinal da manifestação de Deus na vida dos crentes, é o fruto do Espírito (Gl.5:16-26), e este sinal Satanás não pode copiar nem imitar ou fraudar!




terça-feira, 11 de maio de 2010

Bastam as eleições se aproximarem, que se torna absolutamente comum aparecer nos arraiais evangélicos, pastores afirmando que receberam um chamado especial da parte de Deus para se candidatar a algum cargo publico. Entretanto, a história recente do Brasil nos mostra que a chegada de políticos evangélicos a cargos públicos não tem feito diferença na ética política do país, isto porque, o universo político evangélico não constitui, uma referência ética à sociedade brasileira. Basta ver que, nos últimos anos, o envolvimento da maioria dos evangélicos com a política produziu mais males do que benefícios.

Lembro que certa feita enquanto oficializava uma cerimônia fúnebre, um destes “pseudos-politicos-cristãos”, solicitou-me uma pequena oportunidade para que publicamente pudesse demonstrar sua solidariedade à família enlutada, além obviamente de falar de sua candidatura à Câmara Municipal da Cidade. Fato que obviamente não permiti.

Em época de eleição é comum receber a solicitação de inúmeros pastores, os quais em nome de “Deus”, advogam a crença de que o Todo-Poderoso os convocou a uma missão hercúlea, a qual somente eles conseguirão viabilizar. Tais cidadãos fazem uso de chavões e de frases prontas do tipo: "Somos cabeça e não cauda", “ A política brasileira precisa de homens de Deus”, e etc.

Ora, não acredito em messianismos utópicos, nem tampouco em pastores especiais, que trocaram o santo privilégio de ser pregador do evangelho eterno por um cargo público qualquer. Não estou com isso afirmando de que o crente em Jesus não pode jamais concorrer a um cargo público. Tenho convicção de que existem pessoas vocacionadas ao serviço público, as quais devem se dedicar com todo esmero a esta missão. No entanto, acredito que o fator preponderante a candidatura a um cargo qualquer, deve ser motivada pelo desejo de servir o povo e a nação, jamais fazendo do nome de Deus catapulta para sua projeção pessoal. Agora, se mesmo assim o pastor desejar candidatar-se, que deixe o pastorado, que não misture o santo ministério com o serviço público, que não barganhe a fé, nem tampouco confunda as ovelhas de Cristo com o gado marcado para o abate. Que não comercialize aqueles que o Senhor os confiou, nem tampouco se locuplete do nome de Deus a fim de atingir seus planos e objetivos.

Encerro este artigo lembrando do pastor Billy Graham que ao receber o convite para concorrer à presidência da República dos Estados Unidos da América, recusou dizendo: “Por acaso eu trocaria o Santo Ministério da Palavra de Deus por um cargo tão insignificante?”

Pois é, cara pálida. Ouso afirmar que infelizmente alguns dos nossos pastores ao contrário do Dr. Billy Grahan aceitariam o convite na hora.
Renato Vargas/Pulpito Cristão

quinta-feira, 6 de maio de 2010


Vamos preservar a unidade? Primeiro precisamos saber onde está esta unidade. Mesmo quando descobrir, cuide bem dela, este produto é perecível.... Defenda- a das heresias, dos falsos mestres, dos falsos apóstolos, dos aproveitadores e dos falsos profetas. Só podemos preservar um produto que existe.
(Pastor Ubirajara Crespo)

terça-feira, 4 de maio de 2010


Teologia da prosperidade (Confissão Positiva)


Nada tem agredido tanto o Evangelho de Cristo em nosso tempo como esta anomalia chamada Teologia da Prosperidade ou Confissão Positiva. Que em síntese prega a salvação como um meio para a prosperidade financeira. Seus expositores afirmam que o cristão verdadeiro tem o direito de exigir prosperidade nesta vida.

Ela teve seu surgimento em 1940 nos EUA com E. W. Kenyon, que desenvolveu estudos sobre o poder da mente e o poder do pensamento positivo. Mas teve maior expressão pelo mundo com Kenneth Hagin que ensinou a famosa "fórmula da fé", a qual ensina que se alguém deseja algo de Jesus, basta segui-la: 1) "Diga a coisa" positiva ou negativamente, tudo depende do indivíduo. Essa é a essência da confissão positiva. 2) "Faça a coisa". "Seus atos derrotam-no ou lhe dão vitória. 3) "Receba a coisa". A fé é o pino da tomada. Basta conectá-lo. 4) "Conte a coisa" a fim de que outros também possam crer". Segundo ele, o cristão dever usar as expressões: exijo, decreto, declaro, determino, reivindico, em lugar de dizer: peço, rogo, suplico; jamais dizer: "se for da tua vontade", pois isto destrói a fé.

No Brasil ela teve grande espaço principalmente nas Igrejas Neo-Pentecostais, que usam e abusam da auto-ajuda em sua mensagem, mas teve reflexos também nas Igrejas Pentecostais, Históricas e Católica Romana. A mesma mídia que é usada como ferramenta principal de divulgação, propaga uma abundância de absurdos que envergonham o Evangelho de Cristo.

Foi comprovado pelo IBGE que os evangélicos que mais contribuem com estas igrejas que pregam esta teologia, são os religiosos mais pobres do País. Ou seja, essa teologia na prática não funciona. Aliás, funciona apenas para seus líderes segundo Ariovaldo Ramos, que são os únicos que enriquecem. Sociólogos apontam que isto tem gerado decepção. Porque, ao contrário do prometido, muitos fiéis continuam doentes e desempregados e isso, em contraste com o enriquecimento rápido dos seus líderes.

Esta teologia tem trazido tristes conseqüências para toda a Igreja Evangélica, pois ela atinge conceitos elementares da Teologia. Dentre tantos ressaltamos os cruciais:

Conceito de Deus: Esta relação "toma lá, dá cá", entre o crente e Deus, solapa a linda relação de Pai e filho. Cria uma idéia de umdeus pequeno e manipulado, movido pelo dinheiro, como um deus pagão que está à disposição de qualquer um que o agradar e o comprar com seu dinheiro, não interessando se há relacionamento algum entre ambos.

Conceito da Palavra de Deus: Textos fora de contexto são seus pretextos, a Bíblia é usada como muleta para apoiar suas distorções. Enfatiza-se em demasiado as promessas de Deus de maneira equivocada, deixando de lado a grande mensagem de Jesus do negar a si mesmo, tomar a cruz e segui-lo. Mt 16.24, e do arrependimento e conseqüente mudança radical de vida. Mt 3.2

Conceito de Adoração: É gritante a pobreza do conteúdo das letras dos cânticos evangélicos. O que seria louvor ao Deus majestoso tem sua ênfase no homem, porque hoje o meu milagre vai chegar, e eu sei que chegará minha vez, e o Deus Todo Poderoso e sua glória ficam em segundo plano.

Conceito de Oração: Orar como Jesus nos ensinou como expressão de afeto, chamá-lo de nosso Pai, descansar em sua soberania, humilhar-se diante Dele e suplicar para que se faça a sua vontade em nossa vida não levam a nada, a ordem é determinar, colocar Deus na parede e exigir que Ele responda e rápido.

Conceito de Igreja: A Casa de Deus como lugar de comunhão, abrigo para o cansado e oprimido e do serviço em prol do próximo e do Reino de Deus deu espaço a igrejas franqueadas lideradas por pastores comissionados que a tornaram num lugar puramente comercial, onde cultos obedecem à lei do aquecido mercado da fé.

Todavia não podemos afirmar que esta teologia não tenha construído nada, pois tem construído em nossas Igrejas uma geração de cristãos superficiais, e não se busca a Deus para amá-lo e servi-lo, mas apenas suas bênçãos e manifestações.

Portanto é tempo de voltar-nos para a Bíblia que nos adverte de que, “se alguém ensina outra doutrina e não concorda com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo, são homens cuja mente é pervertida e privados da verdade, supondo que a piedade é fonte de lucro. De fato, grande fonte de lucro é a piedade com o contentamento. Porque nada temos trazido para o mundo, nem coisa alguma podemos levar dele. Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes. Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores. Tu, porém, ó homem de Deus, foge destas coisas; antes, segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a constância, a mansidão.ITm 6.3-11