Bastam as eleições se aproximarem, que se torna absolutamente comum aparecer nos arraiais evangélicos, pastores afirmando que receberam um chamado especial da parte de Deus para se candidatar a algum cargo publico. Entretanto, a história recente do Brasil nos mostra que a chegada de políticos evangélicos a cargos públicos não tem feito diferença na ética política do país, isto porque, o universo político evangélico não constitui, uma referência ética à sociedade brasileira. Basta ver que, nos últimos anos, o envolvimento da maioria dos evangélicos com a política produziu mais males do que benefícios.
Lembro que certa feita enquanto oficializava uma cerimônia fúnebre, um destes “pseudos-politicos-cristãos”, solicitou-me uma pequena oportunidade para que publicamente pudesse demonstrar sua solidariedade à família enlutada, além obviamente de falar de sua candidatura à Câmara Municipal da Cidade. Fato que obviamente não permiti.
Em época de eleição é comum receber a solicitação de inúmeros pastores, os quais em nome de “Deus”, advogam a crença de que o Todo-Poderoso os convocou a uma missão hercúlea, a qual somente eles conseguirão viabilizar. Tais cidadãos fazem uso de chavões e de frases prontas do tipo: "Somos cabeça e não cauda", “ A política brasileira precisa de homens de Deus”, e etc.
Ora, não acredito em messianismos utópicos, nem tampouco em pastores especiais, que trocaram o santo privilégio de ser pregador do evangelho eterno por um cargo público qualquer. Não estou com isso afirmando de que o crente em Jesus não pode jamais concorrer a um cargo público. Tenho convicção de que existem pessoas vocacionadas ao serviço público, as quais devem se dedicar com todo esmero a esta missão. No entanto, acredito que o fator preponderante a candidatura a um cargo qualquer, deve ser motivada pelo desejo de servir o povo e a nação, jamais fazendo do nome de Deus catapulta para sua projeção pessoal. Agora, se mesmo assim o pastor desejar candidatar-se, que deixe o pastorado, que não misture o santo ministério com o serviço público, que não barganhe a fé, nem tampouco confunda as ovelhas de Cristo com o gado marcado para o abate. Que não comercialize aqueles que o Senhor os confiou, nem tampouco se locuplete do nome de Deus a fim de atingir seus planos e objetivos.
Encerro este artigo lembrando do pastor Billy Graham que ao receber o convite para concorrer à presidência da República dos Estados Unidos da América, recusou dizendo: “Por acaso eu trocaria o Santo Ministério da Palavra de Deus por um cargo tão insignificante?”
Pois é, cara pálida. Ouso afirmar que infelizmente alguns dos nossos pastores ao contrário do Dr. Billy Grahan aceitariam o convite na hora.
Renato Vargas/Pulpito Cristão
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