sábado, 25 de julho de 2009

Historia da Origem da Trindade

"Portanto, ide, ensinai todas as nacões, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espirito Santo" (Mt 28.19)

A Tridade é parte da doutrina de Deus por isso é uma questão de vida e morte. A Bíblia ensina que há um só Deus e que Deus é um só. Esse é o monoteismo judaico-cristão revelado nas escrituras. Mas, isso não contradiz a doutrina da Trindade?

A abordagem aqui é para apresentar um resumo histórico dessa doutrina.

Várias tentativas foram feitas nos quatro primeiros séculos da era Cristã para conciliar a divindade absoluta de Jesus com o monoteísmo, sem sacrificar a deidade do Pai, Nesses debates surgiram os que defendiam o monoteísmo sacrificando a divindade absoluta do Filho. Os ebionitas criam em Jesus como o seu Messias, mas negavam sua deidade. Viviam o ritual da lei e os costumes judaicos, eram hostilizados tanto pelos judeus quanto pelos cristãos. Eram uma comunidade de judeus cristãos que floresceu no início do século segundo da Era Cristã. O nome vem do hebraico e significa "pobre".
Em virtude de discussões sobre a cristologia do Logos, na segunda metade do segundo século e na primeira do século seguinte, surgiram os chamados monarquianistas, termo dado por Tertuliano aos opositores da doutrina do Logos, os alogoi, aqueles que rejeitavam o Evangelho de Joao. Os monarquianistas se dividiam em dois grupos: monarquianismo dinâmico, que negava a divindade de Jesus; e o monarquianismo modalista, que defendia a divindade absoluta de Jesus mas confundia as Pessoas. Para eles, o Pai, o Filho e o Espirito Santo seriam 3 mascaras de Deus. Em outras palavras, "não separava a substancia, mas confundia as pessoas".
O arianismo foi a maior controvérsia da história do Cristianismo. Fundado por Ário, entre 321-325, o qual pregava que o Filho era criatura (doutrina advogada ainda hoje pelas Testemunhas de Jeová) e esta inovacão sacudiu o Cristianismo da época. Esta controvérsia nasceu em Alexandria, Egito, e terminou no primeiro concílio ecumênico da história, o Concílio de Nicéia, onde pela primeira vez se reuniram os bispos do Oriente e do Ocidente para discutir a causa arianista, na cidade de Nicéia, em 325 d.C. Nesse Concílio nasceu o credo Niceno, que diz:
"Cremos em um só Deus, Pai Onipotente, Criador de todas as coisas visíveis e invisíveis, Em um só Senhor Jesus Cristo, Verbo de Deus, Deus de Deus, Luz de Luz, Vida de Vida, Filho Unigênito, Primogênito de toda a criacão, por quem foram feitas todas as coisas; o qual foi feito carne para nossa salvacão e viveu entre os homens, e sofreu, e ressucitou ao terceiro dia, e subiu ao Pai e novamente virá em glória para julgar os vivos e os mortos. Cremos também em um só Espírito Santo."
O Apolinariarianismo veio depois da controvérsia ariana.
Apolinário foi o bispo de Laodicéia e morreu em 329. Uma vez definida a divindade do Logos e resolvida a questão ariana,a controvérsia girava agora em torno das duas naturezas de Cristo: a humana e a divina. Apolinário foi diametralmente oposto ao arianismo, no entanto, combateu uma heresia desenvolvendo outra tão grave quanto a que combatia: deu muita ênfase à divindade de Cristo e sacrificou a sua genuína humanidade.
Apolinário dizia que a deidade de Cristo era a sua alma. Veja que sem alma não pode Jesus ser o verdadeiro homem: "Visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas... convinha que, em tudo, fosse semelhante aos irmãos"(Hb 2.14,17). Os nestorianos ensinavam que as duas naturezas de Cristo eram duas pessoas e que essa era tão íntima que poderia ser chamada uma só pessoa, como no caso de marido e mulher serem uma só carne"(Gn 2.24).
Assim como os modalistas confundiam as Pessoas da Trindade, o monofisismo confundia as duas naturezas de Cristo.
"Monofisismo vem de duas palavras gregas monos,"unico", e physis,"natureza". É a doutrina que defende uma única natureza de Cristo, só a divina ou divina e humana amalgamada, ensinada pelas igrejas cóptica, armênia, abissínia e pelos jacobitas, mesmo depois do século V. Essa doutrina foi condenada pelo Concílio da Calcedônia, em 451. Jáco Baradeus e seus seguidores rejeitaram a decisão desse Concílio. Por isso a igreja nacional da Síria é conhecida como Jacobita.
Nós reconhecemos a ortodoxia definida no Concílio da Calcedônia porque tem base bíblica. Essa doutrina é chamada de Hipóstase. Esse vocábulo vem de duas palavras gregas hypo,"sob", e istathai, "ficar". Nas discussões teológicas sobre doutrina da Trindade, na era da patrística, era usada como sinônimo de ousia, "essencia, ser". Com relacão a Jesus, significa a união das duas naturezas: divina e humana.
Há ainda hoje alguns que ensinam que Jesus abdicou de sua deidade quando esteve aqui na terra como homem, e que os poderes sobrenaturais eram oriundos do Espirito Santo. Como fica, portanto a adoracão de Jesus e a sua autoridade para perdoar pecados? Veja que Jesus foi adorado diversas vezes e nunca recusou a adoracão:"Aproximaram-se os que estavam no barco e o adoraram, dizendo: És verdadeiramente o Filho de Deus"(Mt 14.33). Há varias passagens bíblicas que comprovam essa verdade. Veja Mateus 2.2,11;8.2;9.18;15.25; Marcos 15.19; João 9.38. Os discípulos adoraram ao Jesus Deus ou ao Jesus homem? O anjo, ao recusar ser adorado, disse a João:"Adora a Deus"(Ap 19.10; 22.9,10). Jesus disse ao paralítico: "Perdoados te são os teus pecados"(Mt 9.2) O homem pode perdoar pecados? Veja passagem paralela em Marcos 2.7.
Definicão
As escrituras aplicam o nome "Deus"ao Pai sozinho "e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor para glória de Deus Pai"(Fl 2.11). O nome"Deus", Theos, no Novo Testamento grego, quando vem acompanhado do artigo e sem outra qualificacão, refere-se sempre ao Pai. O nome "Deus"aparece também para designar o Filho"... e o Verbo era Deus"(Jo 1.1) e ao Espirito Santo "... mentistes ao Espirito Santo... Não mentistes aos homens, mas a Deus"(At 5.3,4). Aparece, na maioria das vezes, com referência à Trindade "Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus é o único Senhor"(Dt 6.4).
A mesma bíblia que ensina haver um só Deus e que Deus é um só, ensina também que o Pai é Deus, o Filho é Deus e o Espirito Santo é Deus. Isso não é triteísmo, mas a Santíssima Trindade.
O Novo Testamento não contradiz o Antigo, mas torna explícito o que dantes estava implícito. A unidade de Deus não é absoluta, mas composta, de modo que o Antigo Testamento revela a unidade da Trindade, ao passo que o Novo revela a Trindade na unidade. A doutrina da Trindade não neutraliza, nem contradiz a doutrina da Unicidade e nem a doutrina da Unicidade anula a Trindade.
A Bíblia ensina que a Trindade é a união de três Pessoas: o Pai, o Filho e o Espirito Santo, em uma só Divindade, sendo iguais, eternas, da mesma substância, embora distintas, sendo Deus cada uma dessas Pessoas. O fundamento bíblico dessa declaracão está em Mateus 28.19; 1 Coríntios 12.4-6; 2 Coríntios 13.13; Efésios 4.4-6.

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